A partir de publicações recentes, sabe-se que a infecção por COVID-19 está associada ao aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias e proteína C reativa.
Antioxidantes e vitaminas exercem efeitos protetores contra infecções e inflamação. Algumas pesquisas sugeriram a eficácia de suplementos vitamínicos para prevenir infecções de COVID-19. A vitamina D tem propriedades imunomoduladoras, que incluem a regulação negativa de citocinas pró-inflamatórias. É possível que o efeito protetor da vitamina D contra COVID-19 esteja relacionado à supressão das respostas das citocinas e redução da gravidade/risco da Síndrome da Insuficiência Respiratória Aguda.
Uma meta-análise mostra que a ingestão oral regular de vitamina D3 é segura e protetora contra infecção aguda do trato respiratório, especialmente em indivíduos com deficiência de vitamina D.
Sabe-se que a deficiência grave de vitamina D aumenta drasticamente o risco de mortalidade, infecções e muitas outras doenças. Em um estudo multicêntrico retrospectivo de 212 casos com infecção confirmada em laboratório de SARS-CoV-2, um aumento dos níveis de 25(OH)D no sangue, pode melhorar os desfechos clínicos ou mitigar os piores desfechos (graves a críticos), enquanto uma diminuição pode piorar os achados clínicos de pacientes com COVID-19.
Nesse estudo, pacientes com níveis de 25 OH Vit D de 75 nmol/l tiveram menos sintomas da COVID-19, do que aqueles com 25(OH)D mais baixo.
Uma revisão recente sugeriu o uso de doses de ataque de vitamina D de 200.000 e 300.000 UI em cápsulas de 50.000 UI para reduzir o risco e a gravidade de COVID-19. Grant e colaboradores sugeriram que doses mais altas de vitamina D seriam melhores para a prevenção e provavelmente reduziriam o risco de influenza e incidência de COVID-19 e morte. Outros autores sugerem doses de ataque maiores, chegando a 600.000 UI e doses de manutenção entre 10 a 20.000 UI ao dia.
Várias revisões consideram as maneiras pelas quais a vitamina D reduz o risco de infecções virais. A vitamina D tem muitos mecanismos pelos quais reduz o risco de infecção microbiana e morte.
A vitamina D aumenta a imunidade celular, reduzindo a tempestade de citocinas induzida pelo sistema imune inato, que gera citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias em resposta a infecções virais e bacterianas, como observado em pacientes com COVID-19. A vitamina D pode reduzir a produção de citocinas Th1 pró-inflamatórias, como fator de necrose tumoral e interferon.
Os alimentos ricos em vitamina D são: salmão, sardinha, óleo de fígado de bacalhau, atum enlatado, gema de ovo, cogumelos e carne. A suplementação de magnésio é recomendada ao tomar suplementos de vitamina D. O magnésio ajuda a ativar a vitamina D, que, por sua vez, ajuda a regular a homeostase do cálcio e do fosfato para influenciar o crescimento e a manutenção dos ossos. Todas as enzimas que metabolizam a vitamina D parecem necessitar de magnésio, que atua como um cofator nas reações enzimáticas no fígado e nos rins.
Dicas práticas para evitar a deficiência de vitamina D durante a quarentena são: fazer caminhadas curtas, aumentar a exposição ao sol, consumir alimentos ricos em vitamina D e/ou tomando suplementação. Observações preliminares apoiam a hipótese de que a suplementação de vitamina D pode reduzir o risco de influenza e COVID-19. No entanto, a incidência e a morte devem ser investigadas em ensaios para determinar as doses apropriadas de concentrações séricas de 25(OH)D.
Fontes:
1. Mattioli, A. et al – Quarantine during COVID-19 outbreak: Changes in diet and physical activity increase the risk of cardiovascular disease.
https://doi.org/10.1016/j.numecd.2020.05.020.
2. Coimbra,C.G.
https://www.unifesp.br/reitoria/dci/releases/item/4489-opiniao-vitamina-d-na-prevencao-e-no-tratamento-da-covid-19