Moisés Maimônides (1138-1240) disse: Coma como um rei de manhã, um príncipe ao meio-dia e um camponês no jantar”. Essa afirmação vem sendo comprovada pela ciência, através de inúmeros artigos publicados correlacionando a redução de ingesta de calorias com a longevidade.
Em uma ilha do Japão, Okinawa, a existência de pessoas longevas é grande, sendo que em 1995, 50 em cada 100.000 habitantes tinham idades maiores ou iguais a 100 anos, de 4 a 5 vezes mais centenários que residiam em outros países. A vida média dos moradores em Okinawa era de 83,8 anos e a máxima de 105 anos, enquanto que a dos outros japoneses era de 82 anos e 101 anos respectivamente, e nos EUA, era de 79 e 101 anos.
Porque essa diferença entre o tempo de vida? Comparando os residentes de Okinawa, verificou-se que ingeriam 17% calorias a menos do que o outros japoneses e 40% a menos do que os americanos. Entretanto em 2010, a expectativa de vida dos okinawas não foi muito diferente dos outros japoneses, havendo uma redução da longevidade. Isto ocorreu pela mudança alimentar por conta da ocupação americana da Segunda Guerra Mundial, fazendo com que os hábitos alimentares dos nascidos em Okinawa no pós-guerra se ocidentalizassem.
Vários estudos tem sido publicados comparando a importância da restrição calórica para uma vida saudável e mais longa. Uma forma capaz de se fazer uma restrição calórica é o jejum intermitente, 5:2, onde a pessoa faz jejum de 16 horas em 2 dias da semana e nos outros dias come normalmente.
Outros estudos vem demonstrando que devemos observar um ritmo circadiano para nos alimentar, isto é, observar horários do dia onde a alimentação é mais aproveitada pelo organismo. Um estudo recente conclui que comer com menor frequência, não petiscar, consumir café da manhã como maior refeição do dia, pode ser um método eficaz para prevenir o ganho de peso a longo prazo. Intervalo de 5 a 6 horas entre o café da manhã e o almoço e fazer o jejum durante a noite de, 18h a 19h, pode ser uma estratégia prática útil.
Outro estudo recente revela que o hábito de não se alimentar no café da manhã está associado ao aumento do risco de infarto do miocárdio, AVC e morte.
Na minha clínica, tenho observado que a prática do jejum intermitente é valiosa para, além de reduzir o peso, diminuir o risco cardiovascular, conforme os estudos científicos recentes.