Toda pessoa a medida que envelhece percebe que muitos alimentos que comia quando mais jovem não lhe caem bem no estômago, ou se da conta que a quantidade de comida que ingeria era maior do que é capaz de ingerir atualmente. Essas sensações são decorrentes de modificações gradativas dos órgãos que compõe o sistema digestório com o passar do tempo e que devem ser reconhecidas como limitações a serem respeitadas para não sobrecarregar o sistema e muitas vezes levar a disfunções e doenças não só do próprio sistema, mas em outros como o sistema cardiovascular.
O mito corrente de que pessoas idosas perdem os dentes é o primeiro a ser desconsiderado. Não há motivo para que pessoas tornem-se desdentadas a medida que envelhecem, com exceção dos casos de doenças ou de ausência de higiene bucal apropriada. Já está amplamente demonstrado que a higiene bucal e a prevenção dos problemas orais feitas desde a mais tenra idade permitem que uma pessoa alcance idades avançadas sem que perca os seus dentes. Assim, sabe-se hoje que muitos dos problemas típicos das pessoas idosas derivados da perda de dentes, tais como uso de próteses e a perda óssea, estão mais associados a falta de cuidado do que relacionados ao envelhecimento natural.
Muito do isolamento social próprio do idoso se deve a sua situação da boca, especialmente dos dentes. A falta dos dentes, uma prótese mal ajustada, ou a consciência de mau hálito podem retrair as pessoas (principalmente as mais vaidosas) levando-as a depressão e as consequências psico sociais que terminam por arruinar a qualidade de vida do idoso.
Outro aspecto relacionado as mudanças do sistema digestório comentadas anteriormente é a diminuição da capacidade de processamento dos alimentos durante a digestão. Este processamento torna-se mais lento especialmente pela diminuição da atividade das enzimas digestivas, o que exige mais atividade da mastigação dos alimentos. Além disso, nem todos os alimentos são digeridos com a mesma facilidade pelo sistema digestório, sendo necessário estar atento a ingerir somente alimentos que “caiam bem no estômago”, devendo então as pessoas idosas conhecerem a sua limitação evitando alimentos que lhe façam mal.
O processo de digestão necessita que os alimentos e o bolo alimentar em processamento trafeguem ao longo de um tubo bastante longo. Os movimentos peristálticos do intestino são responsáveis pelo trânsito alimentar, mas com o passar do tempo esses movimentos ficam mais lentos dificultando assim o caminho do bolo alimentar, ocasionando as constipações intestinais típicas da idade avançada.
A redução da velocidade do bolo alimentar faz com que o processo de decomposição alimentar por parte da flora intestinal aumente a produção de gases, o que em certas pessoas leva a liberações de flatulências que podem causar constrangimentos as pessoas de mais idade, sendo até motivo de isolamento social.
É muito importante uma dieta balanceada e exercícios físicos para manter a qualidade dos movimentos peristálticos, contribuindo para um bom funcionamento da atividade digestiva.
O envelhecimento leva a diminuição do volume do fígado e também do número das suas células, com redução da eficiência do órgão. Assim o idoso deverá tomar cuidado com uso de medicamentos que sejam metabolizados pelo fígado, pois poderá sofrer os efeitos indesejáveis dessas drogas. Isso também vale para o álcool, cujo consumo deverá sempre ser cuidadoso pois poderá acarretar situações danosas para a saúde do idoso.
Uma das funções do fígado é produzir a bile, utilizada na quebra das gorduras ingeridas na dieta. A medida que se envelhece o fígado diminui a produção de bile, daí não ser aconselhado que pessoas idosas comam quantidades exageradas de gordura, para evitar a sobrecarga de trabalho do fígado.