Muitos pacientes, ao abrirem o seu exame de ultrassonografia do abdômen solicitado durante consulta de rotina, são surpreendidos com o diagnóstico de infiltração gordurosa no fígado.
A esteatose hepática, também conhecida como infiltração gordurosa hepática não alcoólica, é uma alteração do metabolismo dos triglicérides, ocasionando acúmulo dessas gorduras nas células hepáticas. É a patologia hepática mais comum nos países industrializados do Ocidente, atingindo 20 a 40% da população geral. A maioria dos casos ocorre entre pessoas com idades de 40 a 60 anos e mais frequentemente no sexo masculino.
A esteatose hepática geralmente tem uma evolução clínica satisfatória, embora a maioria dos pacientes apresente exames funcionais do fígado alterados, como aumento das transaminases e da Gama-GT. Existem casos de mau prognóstico que podem evoluir para cirrose hepática de graus variados, mas felizmente são pouco frequentes.
A ocorrência de sinais de infiltração gordurosa hepática na ultrassonografia de abdômen não é dado específico para o diagnóstico da esteatose hepática, podendo apenas sugerir o aumento do percentual de triglicérides no fígado. O mesmo ocorre com os resultados da tomografia ou ressonância magnética de abdômen. O exame decisivo para o diagnóstico é a biópsia hepática, procedimento invasivo somente realizado em situações extremas.
O tratamento da esteatose hepática baseia-se em: redução de peso, dieta com baixa concentração de gorduras saturadas, exercícios físicos aeróbicos diários e uso de medicamentos com alguns antidiabéticos orais e ácido ursacólico, além de suplementos contendo ômega 3 e o chá verde, que tem ação sobre os fatores de transcrição do metabolismo hepático dos lípides.