O Médico que presenciou um milagre de Nossa Senhora de Lourdes
Um dos casos mais significativos já registrados em Lourdes foi a cura de Marie Bailly, testemunhada por um médico então agnóstico, o Dr. Alexis Carrell. Ele próprio acabou se convertendo à fé católica depois de estudar a inexplicável cura que tinha presenciado
Em 1902, um amigo médico do Dr. Carrell o convidou para ajudar a cuidar de pacientes doentes que eram transportados por trem de Lyon até Lourdes. Carrell, na época, não acreditava em milagres, mas concordou em acompanhar os peregrinos, pela consideração que tinha com o colega e também porque estava interessado em descobrir as causas naturais que permitiam curas tão rápidas como as que aconteciam em Lourdes.
No trem, ele encontrou uma mulher chamada Marie Bailly, que sofria de peritonite tuberculosa aguda. Seu abdômen estava consideravelmente distendido, com grandes massas duras. Marie estava apenas parcialmente consciente. Carrell acreditava que ela morreria muito rapidamente depois de chegar a Lourdes – ou até antes. Outros médicos presentes no trem concordaram com esse diagnóstico.
Assim que o trem chegou a Lourdes, Marie foi levada até a gruta, onde três jarros d’água foram derramados sobre seu abdômen distendido. Após o primeiro derramamento, ela sentiu uma dor lancinante, que diminuiu depois do segundo. Após o terceiro derramamento d’água, ela experimentou o que descreveu como uma sensação agradável. Seu estômago começou a se achatar e seu pulso voltou ao normal.
Carrel estava em pé logo atrás de Marie, junto com outros médicos, tomando notas enquanto a água era derramada sobre seu abdômen. Ele escreveu:
“O abdome, enormemente distendido e muito duro, começou a se achatar. Em 30 minutos [a protuberância] havia desaparecido completamente. Nenhuma descarga foi observada do corpo”.
Marie, pouco depois, se sentou na cama, jantou (sem vomitar) e, no dia seguinte, saiu da cama sozinha e se vestiu. Embarcou no trem, sentou-se em um dos bancos duros e chegou a Lyon revigorada.
A cura de Marie Bailly se mostrou tão evidentemente milagrosa, por ter sido tão rápida, tão completa e tão inexplicável, que acabaria se tornando pública na mídia da França e do mundo todo. Um jornal de Lyon , local onde o Dr Carrel trabalhava, publicou uma declaração dele, admitindo o milagre. Esse artigo repercutiu negativamente na classe médico científica local, motivo pelo qual ele teve que se mudar para o Canadá, onde conheceu o magnata Rockefeller, que o convidou para fazer parte do lançamento de sua nova fundação: The Rockefeller Institute for Medical Research em New York. Nessa instituição Alexis Carrel fez uma brilhante carreira científica que lhe deu o Prêmio Nobel de Medicina em 1912.Converteu-se ao catolicismo deixando escrito alguns livros, entre eles :La Prière, 1944 e Voyage à Lourdes, (1959, póstumo).8
Não foi Carrel o único Premio Nobel que reconheceu os milagres de Lourdes. Recentemente, Luc Montagnier, Premio Nobel de Medicina em 2008 e descobridor do vírus do HIV, no seu livro: “O Nobel e o Monge” no qual ele faz um diálogo com um monge cisterciense, afirma: 9
“Muitos cientistas cometem o erro de rejeitar o que não entendem. Não gosto dessa atitude. Frequentemente cito a frase do astrofísico Carl Sagan: ‘A ausência de prova não é prova de ausência’ (…) Quanto aos milagres de Lourdes que eu estudei, creio que realmente se trata de algo inexplicável (…) Não consigo entender esses milagres, mas reconheço que há curas que não estão previstas no estado atual da ciência”.