Novas evidências estão contrariando algumas das alegações positivas de saúde feitas sobre o óleo de coco. Combinando as descobertas de 16 estudos publicados, os pesquisadores descobriram que o uso de óleo de coco estava associado a aumentos na lipoproteína de baixa densidade (LDL) e nos níveis de colesterol total, potencialmente colocando as pessoas em maior risco de doença cardiovascular (DCV).
Comparado ao óleo de oliva, soja ou canola não tropical, o alto consumo de óleo de coco aumentou substancialmente o colesterol LDL. O consumo diário de 3 a 4 colheres de sopa de óleo de coco foi associado a um aumento estimado de 10 mg/dL – um salto de cerca de 9% – nos níveis de LDL.
Os defensores dos benefícios à saúde do óleo de coco apontam que os ácidos graxos de cadeia média são normalmente absorvidos pela veia porta, em vez de usados para produzir colesterol no corpo. No entanto, um ácido graxo de cadeia média no óleo de coco, o ácido láurico, pode ser metabolizado de maneira diferente, sendo absorvido e transportado como ácidos graxos de cadeia longa, e consequentemente formando mais LDL colesterol.
Em outras palavras, o óleo de coco pode não ser tão saudável quanto algumas pessoas acreditam. Além disso, cerca de um quarto da gordura de coco consiste em ácidos graxos saturados de cadeia longa, ácido mirístico e ácido palmítico.
Os resultados atuais contrastam com uma metanálise anterior que não relatou aumentos significativos no colesterol LDL associado ao óleo de coco versus óleos não tropicais. No entanto, nessa metanálise os autores incluíram apenas 6 ensaios com óleo de coco.
Os resultados de outros estudos sobre o consumo de óleo de coco e os níveis séricos de colesterol são variados, afirmam os pesquisadores. Alguns sugerem que, além dos níveis lipídicos, o óleo de coco pode aliviar a inflamação, melhorar a homeostase da glicose e reduzir a gordura corporal.
Procurando uma resposta mais definitiva, Van Dam e seus colegas, com a autora principal Nithya Neelakantan, PhD, conduziram uma pesquisa que identificou 873 artigos potencialmente relevantes. Sua análise incluiu 16 artigos, com um total de 17 estudos que envolveram 730 participantes.
Os resultados da revisão sistemática e da metanálise demonstram que não há boas razões para consumir óleo de coco para melhorar a saúde. Por outro lado, o alto consumo de coco aumenta as concentrações sanguíneas de colesterol LDL e pode, portanto, aumentar o risco de doença cardíaca.
Sendo assim, com base nas novas evidências, o óleo de coco não tem efeito benéfico no emagrecimento, como anti inflamatório e como protetor cardiovascular
O óleo de coco pode ser visto como um dos óleos de cozinha “mais deletérios” pois aumenta o risco de DCV e deve ser substituído por óleos vegetais insaturados, especialmente os ricos em gordura poli-insaturada.
Fonte:https://www.medscape.com/viewarticle/923978?src=mkm_200206_mscpmrk_cardio_feature&uac=176792CR&impID=2268642&faf=1#vp_2